Inflação na Grande Vitória bate dois dígitos e fecha 2021 acima da média nacional

Espírito Santo 13 de Jan de 2022

Desde 2015, a inflação brasileira não atingia um patamar tão elevado quanto em 2021. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA, índice oficial que mede o nível de preços, atingiu a marca de 10,06% no ano, a maior alta em 6 anos, quando encerrou na metade da última década em 10,67%.

Para os capixabas essa realidade não foi diferente. Em dezembro, os preços ficaram 0,73% acima do registrado em novembro na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), fechando o ano passado com alta acumulada de 11,5%.

O que pesou mais no bolso dos capixabas?

No Brasil, todas as categorias que compõem o IPCA apresentaram altas: Transportes (19,29%), Habitação (+13,85%), Artigos de residência (12,74%), Vestuário (+9,94%), Alimentos e bebidas (+7,71%), Despesas pessoais (+5,50%), Saúde e cuidados pessoais (+3,90%), Educação (+3,29%) e Comunicação (+1,29%).

No nosso estado não foi diferente. Na verdade, todas as categorias apresentaram altas superiores à média nacional, com exceção de Artigos de residência, que envolve móveis e eletroeletrônicos: Transportes (+20,54%), Habitação (+17,81%), Artigos de residência (10,30%), Vestuário (+10,10%), Alimentos e bebidas (+8,20%), Educação (+7,52%), Saúde e cuidados pessoais (+5,28%), Despesas pessoais (+5,23%) e Comunicação (+0,14%).

Os itens que mais pesaram tanto no bolso dos brasileiros quanto dos capixabas foram a energia elétrica, os combustíveis e os alimentos.

A energia se tronou uma das vilãs para os brasileiros em geral graças a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, deixando os reservatórios muito abaixo das médias histórias, o que obrigou o acionamento das usinas termelétricas, a fim de evitar racionamentos ou apagões. Vale lembrar que, desde setembro, a bandeira tarifária Escassez Hídrica foi acionada. Na prática, isso acrescentou R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos pela população.

Por outro lado, a categoria de Transportes sofreu forte influência dos preços dos combustíveis. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor da gasolina sofreu alta acumulada de 46% em 2021. O litro de etanol, por sua vez, teve um aumento no preço médio na ordem de 58% e do diesel 45%.

Com isso, o preço médio da gasolina, do etanol e do diesel fecharam o ano passado em R$ 6,62, R$ 5,06 e R$ 5,34, respectivamente.

Para os capixabas, os combustíveis pesaram ainda mais no bolso, com preços por litro acima da média nacional. Em relação a gasolina, por exemplo, o valor ultrapassou os R$ 7,00 em 20 cidades entre o fim de 2021 e início de 2022, segundo o Monitor de Combustíveis da Sefaz. O valor médio do combustível chegou a R$ 6,89, mas em 42 municípios a gasolina vem sendo vendida acima da média estadual. Segundo o mesmo órgão, o diesel fechou o ano ao consumidor final em R$ 5,18 e o etanol em R$ 5,85.

Foto: A Gazeta.

Ainda, a alimentação ficou mais cara por conta da seca prolongada, pelas geadas e pelo aumento no custo de insumos essenciais para produtores rurais e indústria de alimentos, encarecendo os produtos ao longo de toda a cadeia.

Além dos destaques acima, o gráfico abaixo também sinaliza outros itens que sofreram altas consideráveis no mês de dezembro do ano passado.

O que esperar para 2022?

Neste ano, alguns fatores em conjunto podem contribuir para aliviar a inflação tanto no Brasil como no Espírito Santo. Com o retorno das chuvas desde o fim de 2021, os reservatórios já começar a retomar níveis mais altos e tendem a sair dos patamares mais críticos, gerando a expectativa de que a bandeira vigente seja mantida até abril, para posteriormente não ser renovada.

Reservatório do Sistema Cantareira em São Paulo. Foto: Reprodução.

Por outro lado, com o aumento da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, a tendência é que a inflação seja contida, principalmente pelos canais do consumo, do investimento e do câmbio.

Por fim, mesmo com algumas sequelas do ano anterior, a expectativa do mercado é que as cadeias globais de suprimentos comecem a se recuperar esse ano, o que alivia a pressão sobre produtores rurais, indústria e comércio, podendo causar uma redução de preços aos consumidores finais.

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