Vale a pena investir no Vinci Água e Saneamento Strategy FIP IE?

Análise 8 de Jul de 2021

A gestora Vinci Partners está realizando a 1ª emissão de cotas do VINCI ÁGUA E SANEAMENTO STRATEGY FIP IE, um fundo fechado, isto é, que não está aberto para captação a qualquer momento, contando com um número limitado de cotas. O prazo determinado do fundo é de 10 anos, sendo prorrogável por mais dois.

Ele será focado no setor água e saneamento básico, o que também inclui o investimento em atividades relacionadas aos esgotos sanitários, resíduos sólidos e líquidos, dentre outras.

Gestora: Vinci Partners

A Vinci Partners possuía R$ 55 bilhões de ativos sob gestão em março de 2021, demonstrando um histórico de crescimento médio de 35% ao ano desde a sua fundação, em 2009. Além disso, ela possui expertise em investimentos em infraestrutura, com aproximadamente R$ 3 bilhões investidos no setor desde 2004, e 291 fundos/veículos sob gestão. Além disso, atuou no controle da Equatorial, com retorno bruto superior a 1.000% em nove anos, e da Lest, além do co-controle da Light, uma das maiores distribuidoras de energia do Brasil.

Sua atuação se dá, principalmente, nos segmentos de private equity, infraestrutura, real estate, crédito, multimercado, ações, investments solutions e assessoria.

O time que está envolvido na gestão do novo fundo é experiente, e será liderado por um gestor com mais de 15 anos de atuação no mercado. Além de possuir sete profissionais multidisciplinares dedicados exclusivamente à gestão e estratégia de infraestrutura.

O gestor é José Guilherme Souza, sócio da Vinci Partners e Head de Infraestrutura, que trabalhou com private equity e foi membro do conselho de administração da Celpa e da Cecrisa, e conselheiro de administração do Grupo CBO e da transmissora Lest. Já trabalhou no Banco Pactual, na Stern Stewart & Co., no Citigroup Asset Management e no Banco Graphus.

Características do FIP IE

Os investimentos permitidos, de acordo com a classificação do fundo, são em ações, bônus de subscrição, debêntures, conversíveis ou não conversíveis em ações, ou outros títulos de sociedades anônimas que desenvolvam novos projetos de infraestrutura, mais especificamente nos setores de energia, transporte, água e saneamento básico, irrigação, dentre outros. Além disso, o FIP terá influência nos processos de tomada de decisão da sociedade investida, interferindo na definição de sua política estratégica em termos de gestão.

Atualmente, a tributação do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF) nesta classe de ativos é isenta, enquanto as pessoas jurídicas precisam pagar 15% sobre rendimentos, ganhos de capital e valor de resgate.

Por fim, haverá duas formas de integralização: a oferta de classe C, feita em moeda corrente nacional mediante chamada de capital, e de classe D, por meio da integralização com recursos decorrentes da amortização de cotas do FIC-FIRF.

Perspectivas para o setor de água e saneamento no Brasil

O setor de água e saneamento brasileiro é dominado por companhias públicas, com a presença de serviços ineficientes e baixa cobertura. Hoje, mais de 100 milhões de pessoas no não têm acesso à coleta de esgoto no país e 35 milhões não têm acesso à água tratada.

Isso demonstra um espaço de mercado considerável para o ingresso no setor, principalmente levando em conta o Novo Marco do Saneamento, já aprovado e que visa promover eficiência, competição e regulação adequada para o setor. Isso se dá por meio de metas de universalização e concessões dos serviços à iniciativa privada.

O Marco Regulatório trouxe mais transparência e previsibilidade para este setor, normalizando índices e parâmetros de qualidade dos serviços, além de definir metas de universalização. Com isso, os contratos de concessão estão cada vez mais robustos e baseados em estudos rigorosos de viabilidade econômica e capacidade de atingir metas.

Entre as metas, está o investimento de cerca de R$ 700 bilhões no setor para universalizar os serviços até 2033. Para alcançar a meta de universalização, ainda, será necessário construir 212 mil km de rede de água e 289 mil km para esgotos no mesmo período.

Este cenário de uma ampla margem de market share a ser conquistada se confirma ao considerarmos que o Brasil ainda está muito aquém de outros países em relação à prestação destes serviços.

Assim, com a incapacidade do governo de promover os resultados necessários, o setor privado deve sair ganhando com licitações para a contratação de seus serviços. Vale ressaltar, nesse sentido, que a penetração do setor privado ainda é muito baixa, como podemos constatar tanto na participação destas no segmento de água quanto de esgoto, reforçando o cenário de mudanças na dinâmica do setor nos próximos anos.

Pipeline de alocação: ativos alvo do fundo

O pipeline é basicamente um mapa com os principais ativos nos quais o fundo pretende investir após a captação de recursos dos investidores. Nesse sentido, estão listados abaixo os principais ativos com potencial de alocação no mercado secundário de concessionárias de saneamento e tratamento de resíduos e efluentes.

Possíveis riscos

Seguem alguns dos principais fatores de risco mapeados pela gestora em relação ao fundo:

  • Riscos de alterações da legislação tributária e de desenquadramento fiscal;
  • Riscos de não realização dos investimentos por parte do fundo: os investimentos do fundo são considerados de longo prazo e o retorno pode não ser condizente com o esperado pelo cotista;
  • Risco de patrimônio líquido negativo: as eventuais perdas patrimoniais do fundo não estão limitadas ao valor do capital integralizado. Os cotistas podem ser chamados a aportar recursos adicionais;
  • Risco de concentração: o fundo aplicará, no mínimo, 90% do patrimônio líquido em ativos alvo. Mas 100% do patrimônio líquido poderá ser investido em uma única companhia, fazendo com que perdas isoladas possam ter um impacto adverso significativo.

Resumo da oferta

O emissor é a Vinci Infraestrutura Saneamento Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, gerido pela Vinci Infraestrutura Gestora de Recursos Ltda.

  • Valor total da oferta: até R$ 500.000.000,00
  • Captação mínima: R$ 100.000.000,00
  • Preço unitário (cota): R$ 100,00
  • Taxa de administração e gestão: 1,80% a.a. sobre o Capital Alocado + 0,50% a.a. sobre o Capital Não Alocado.
  • Público alvo: Investidores qualificados.
  • Aplicação mínima: R$ 75.000,00
  • Taxa de performance: 20% sobre a rentabilidade auferida pelas cotas que exceder 100% da variação do IPCA no ano acrescido de 6% a.a.
  • Retorno objetivo do fundo: 16% a 20% a.a. líquido de despesas e encargos.

Cronograma da oferta

  • Protocolo do pedido de registro da Oferta na CVM - 7 de maio de 2021
  • Disponibilização do aviso ao mercado - 24 de junho de 2021
  • Disponibilização do prospecto preliminar - 24 de junho de 2021
  • Início do período de reservas - 1 de julho de 2021
  • Recebimento de ofício de vícios sanáveis da oferta - 8 de julho de 2021
  • Protocolo de atendimento de vícios sanáveis da Oferta na CVM - 20 de julho de 2021
  • Encerramento do período de reserva para pessoas vinculadas - 29 de julho de 2021
  • Encerramento do período de reserva - 10 de agosto de 2021
  • Bookbuilding - 11 de agosto de 2021
  • Registro da Oferta pela CVM - 4 de agosto de 2021
  • Divulgação do anúncio de Início - 13 de agosto de 2021
  • Disponibilização do prospecto definitivo - 13 de agosto de 2021
  • Data de liquidação - 20 de agosto de 2021
  • Divulgação do anúncio de encerramento - 23 de agosto de 2021

Autor

Equipe Apex News

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