Como o mercado de capitais impulsiona a prosperidade econômica

Análise 29 de Mar de 2021

É notório que o mercado de capitais promove a prosperidade e o desenvolvimento econômico de uma região. Juntamente com o mercado de crédito, o mercado de câmbio e o mercado monetário, ele compõe as quatro áreas do mercado financeiro.

Nesse sentido, o mercado de capitais possibilita a capitalização de empresas a partir da distribuição de valores mobiliários. Dessa forma, é possível que poupadores disponibilizem recursos financeiros para a execução de atividades econômicas em busca de maior rentabilidade.

Via de regra, é uma opção mais eficiente para financiar negócios do que empréstimos bancários. Um dos principais exemplos é o mercado de crédito privado – títulos emitidos por empresas – e a Bolsa de Valores, em que estão listadas empresas de capital aberto.

Não é coincidência que quanto mais desenvolvidos os mercados de capitais de uma região são, melhor tende a ser a formação de poupança e a alocação de recursos impulsionando a economia. A partir disso, empreendedores passam a ter melhores ferramentas para financiar atividades econômicas, possibilitando investimentos, geração de emprego e renda, inovações e maior produtividade. Esse processo, quando bem sucedido, melhora a qualidade de serviços e bens produzidos, além de os baratear. Isso acaba por beneficiar em uma ponta investidores, e na outra toda uma cadeia de produção, bem como o consumidor final.

Como funciona o mercado de capitais

No mercado de crédito, por exemplo, as instituições financeiras captam recursos dos poupadores e os emprestam aos tomadores, assumindo os riscos da operação. Elas são remuneradas por meio da diferença nas taxas de captação e aplicação de recursos. Em contraste, no mercado de capitais os agentes superavitários emprestam seus recursos diretamente aos agentes deficitários, com operações a partir da intermediação de instituições financeiras.

Elas atuam como advisors financeiros e estruturam operações, oferecem liquidez, captam clientes, distribuem valores mobiliários no mercado, entre outros.

Assim, no mercado de capitais os poupadores adquirem títulos ao emprestarem recursos, que por sua vez representam as condições estabelecidas no negócio, que são chamados de valores mobiliários.

Esses títulos podem ser de dívida, como no caso de debêntures; títulos patrimoniais; ou de capital, em que os investidores se tornam sócios do negócio, como em ações.

Relação com a prosperidade econômica

O estudo Finance and Development: A Tale of Two Sectors da American Economic Review demonstrou a causalidade entre um mercado de capitais bem desenvolvido e o desenvolvimento econômico de um país.

Isso porque o enriquecimento de um país é influenciado pelo nível do estoque de capital (poupança), assim como pela alocação eficiente desses recursos de forma que resulte em aumento de produtividade.

Os economistas demonstraram empiricamente que parte da diferença de prosperidade econômica entre os países desenvolvidos e emergentes é explicada pela diferença do nível de desenvolvimento do mercado de capitais. Os países em desenvolvimento registram, em média, empresas de tamanhos menores do que países desenvolvidos por não haver capital mais barato disponível para empresas.

A ausência de um mercado de capitais desenvolvido é, portanto, uma das causas da baixa renda desses países. Isso porque as empresas não conseguem crescer de tamanho e ganhar escala e eficiência.

Para haver desenvolvimento econômico, geração de empregos e ganhos de produtividade robustos e sustentáveis, por conseguinte, é preciso ter um alto nível de desenvolvimento do mercado de capitais. Sem isso, há maiores entraves para uma mobilização de poupadores para alocarem capital de forma mais eficiente e que resultem em maiores resultados e desempenho econômico.

No Brasil o fato de, em 2020, o produto de investimento mais desejado pela população ser a Poupança sinaliza o quanto ainda precisamos evoluir. Isso porque esta apresenta rentabilidade real negativa no momento em que escrevo.

Imbuídos de transformar essa realidade, a Apex Partners atua, desde 2013, no desenvolvimento do mercado de capitais capixaba. Proporcionamos, de um lado, a profissionalização da alocação de capital e, por outro lado, viabilizamos projetos e empreendimentos em diferentes verticais como real estate, venture capital, private equity, além de assessorar empresários em movimentos estratégicos na área de finanças corporativas. Contribuímos, como resultado, para a prosperidade do Espírito Santo.

Autor

Angelo Dalla Bernardina
CEO da Apex Partners

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