O longo processo de amadurecimento de startups até a lucratividade

29 de Mar de 2021

Ter um negócio cujo objetivo no curto prazo não é a lucratividade pode não fazer sentido para muitas pessoas. Mas este é o caminho natural a ser percorrido por muitas startups em seu processo de amadurecimento — mesmo aquelas mais bem sucedidas. Nesse sentido, o executivo americano Howard Love descreve na obra A Curva J das Startups – Seis passos para o sucesso empresarial as etapas a serem percorridas por essas empresas para construção de valor.

  1. Criação: momento de encarar a ideia original de negócio como hipótese a ser validada pelos consumidores;
  2. Lançamento: período de colocar o produto no mercado, na mão do cliente;
  3. Ajuste: nesta fase, a partir dos erros, a startup altera o produto e Plano de Negócio com a frequência que se mostre necessária;
  4. Modelo: momento de pensar em otimização de processos, fluxo de caixa, aumento das vendas e redução dos custos, preparação para o crescimento forte;
  5. Escala: fase em que são necessários recursos financeiros para aumento de pessoal, melhoria tecnológica e expansão geográfica;
  6. Colheita: período em que a administração da companhia amadurece e a empresa se torna gradualmente mais rentável, com os sócios passando a usufruir da lucratividade.

Ao traçar um gráfico de geração de caixa acumulado versus o tempo de vida da startup, o resultado é uma curva em formato de J. As quatro fases iniciais de amadurecimento das startups formam a base da letra J e é onde muitas das empresas não sobrevivem. Já as fases de escala e colheita representam a parte vertical da curva J.

Nota-se que a maior parte da fase inicial de uma startup não envolve lucratividade, o objetivo principal é a validação do produto ou serviço, da gestão e do modelo de negócios, crescimento da base de clientes e ganhos de escala.

A maioria das startups fracassam

As evidências mostram que 9 entre 10 startups fracassam, sendo que 20% delas falham nos primeiros 12 meses e 34% em dois anos. Entre os principais fatores estão a falta de demanda do mercado, seguido pela deficiência no marketing, conflitos internos na equipe e falta de experiência dos CEOs.

A maioria das startups aufere prejuízos pois o caminho trilhado até a quinta e sexta fase da curva J — em que a receita passa a ser superior às despesas — é razoavelmente longo. Esse processo de amadurecimento de startups não apenas é normal, como natural. Entretanto, ao atingir as fases de geração de caixa, por serem conceitualmente empresas muito escaláveis, os ganhos podem ser altíssimos, o que justifica toda a trajetória.

Ao longo das fases iniciais, há um período de investimento em que o caixa da companhia é consumido de olho em ganhos de escala. Os prejuízos são suportados a partir das captações da companhia, que geralmente se dão por autofinanciamento dos fundadores, por programas de aceleração de startups e, principalmente, a partir de rodadas de captação dos investidores.

Essas rodadas ocorrem de tempos em tempos objetivando atrair investidores para adquirir participação no negócio e contribuir com seu financiamento e, portanto, o crescimento.

Os investimentos podem ser divididos de acordo com a fase em que o negócio se encontra. Primeiro ocorre o investimento-anjo, seguido pelo investimento semente e pelas séries A, B e C.

Investimentos iniciais

O investimento-anjo normalmente é o primeiro recurso captado, sendo alocado pelos fundadores e empregado na montagem do time, verificação da tese do negócio e desenvolvimento de um MVP (minimum product viable). O capital semente apoia empresas em fases de constituição. Portanto, os recursos são destinados para atividades como a organização das operações, pesquisa e validação de mercado.

Rodada de captação série A

A rodada de captação série A ocorre quando a startup pretende lançar novos produtos ou serviços e expandir sua área de atuação. Assim, inicia-se um processo de consolidação, sendo esta a primeira rodada junto a investidores profissionais e rumo ao amadurecimento das startups.

Rodada de captação série B

No investimento série B, a empresa já está estabelecida e busca investidores que possam ajudar a expandir o negócio. Dessa forma, os recursos são destinados ao aprimoramento de processos, contratações, abertura de filiais e aquisições de outras empresas.

Rodada de captação série C e subsequentes

Por fim, a última rodada de investimento é a série C. Nessa fase, a empresa já está bem desenvolvida e o recurso é destinado para expansão internacional, consolidação de mercado e preparação para um eventual IPO (Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial).

A partir de então várias outras rodadas podem ser feitas. Usualmente, quanto mais avançada for a rodada, menor será o risco e maior será o valor do negócio. Geralmente, é a partir da série C que ocorrem lançamentos no mercado estrangeiro. Portanto, são atraídos investidores de outras categorias, como de Private Equity e fundos de Hedge.

Exit

No decorrer dessas fases, pode ocorrer a venda das participações societárias dos investidores para os novos entrantes. Isso pode ocorrer até mesmo por meio da abertura do capital em bolsa, possibilitando o chamado exit, isto é, a saída do negócio.

Como investir em startups controlando riscos

A Apex Partners possui um time de especialistas que atuam na seleção de oportunidades de investimento, dando maior segurança ao investidor.

O processo de seleção ocorre por meio da avaliação de aspectos como: track record (a trajetória e o histórico de realizações) dos profissionais que atuam na startup, capacidade de crescimento de receita sem elevação dos custos na mesma proporção, benchmarks nacionais e internacionais (comparações dos ativos), riscos-chave embutidos naquele empreendimento, avaliação de indicadores gerenciais, entre outros aspectos avaliados.

No atual cenário de juros baixos, investir em startups se mostra como uma boa alternativa de diversificação de investimento e pode trazer rentabilidades interessantes. Contar com especialistas contribui para redução dos riscos do investimento e aumenta as possibilidades de alcançar altos retornos.

Felipe Caroni integra a equipe de M&A, Private Equity e Venture Capital da Apex Partners

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